A MENINA E O ANJO

Há alguns anos atrás nasceu uma menina: bem clarinha, totalmente careca, com carinha de anjo, foi a alegria de seus pais, Alice veio de presente para o Senhor Rafael e a Senhora Elisa. Ambos faziam de tudo que estivesse ao alcance por Alice.
Alice foi crescendo e se tornando um bebê bem sapeca. Aos seis meses Elisa levou Alice para tomar vacina BCG, como uma mãe que zelava pela saúde de sua linda filha. Após tomar a vacina transcorreu tudo bem, mas ao chegar a casa Alice começou a vomitar e ter diarreia. Senhora Elisa, muito nova, sendo mãe de primeira viagem, achou a princípio que fosse algum efeito colateral da vacina, mas o vômito e a diarreia continuaram.
Logo que seu pai chegou em casa, levaram Alice para o hospital, o médico logo que examinou a criança, medicou-a e pediu que a colocassem no soro, dando alta em seguida. Infelizmente Alice continuou passando mal a noite toda com os mesmos sintomas e o mais agravante era que estava ficando muito fraca.
Pela manhã Elisa pediu a sua mãe Leonor para que fossem novamente ao hospital levar Alice. Assim que chegou, o médico que atendeu na noite anterior notou que não era algo simples e solicitou que Alice fosse internada, foi neste exato momento que começou o pesadelo da família.
Cada dia que Alice passava no hospital seu quadro piorava. Passou uma semana e a única coisa que sorvia era água que sua mãe a dava embebida em um algodão. O soro não fazia efeito, foram feitos exames e os médicos não encontravam nenhum remédio capaz de aliviar o sofrimento de Alice.
Quinze dias se passaram e nada. Todos revezavam – seus pais, avós, tios – para que Alice não ficasse sozinha. Sua mãe só chorava. Seu pai precisava trabalhar, e mesmo assim, todo momento que podia ia até o hospital ver sua linda menina. Os médicos já não sabiam o que fazer; já não davam nenhuma esperança. Alice foi ficando cada vez mais pálida, parecendo um anjo de cera. Todos empenhados a não abandonarem a única coisa que parecia restar: a FÉ.
Sua avó até promessa fez de vesti-la de anjo uma vez por ano até que ela completasse seis anos. Sua mãe, desconsolada, só pedia a misericórdia de Deus para com sua filha. Quase vinte dias ali estava um bebê que nem força mais para abrir os olhos tinha. Seus pais já nem forças tinham de tanto chorar.
O médico chamou seu pai uma noite e disse: ‘Senhor Rafael, infelizmente não estamos conseguindo fazer mais nada por sua filha, precisas chamar sua esposa, pois acredito que Alice não aguentará até amanhã. É melhor reunir a família para que possam se despedir’. Naquele momento o senhor Rafael sentiu o chão sair dos pés, chorou por longo tempo, pediu forças a Deus para poder falar com sua esposa.
Caminhou-se até ela e disse:
- Elisa, infelizmente nosso anjo não vai aguentar até amanhã, o doutor disse.
- Como assim, Rafael? Alice vai nos deixar? Não, não, não pode!
- Precisamos ter força, Elisa. Ele disse que já fizeram de tudo, nosso anjo não tem mais força para viver neste mundo.
- Eu não posso aceitar, não vou aguentar, quero ver minha filha, me deixa.
O senhor Rafael e a senhora Elisa foram até o quarto e ali choraram longamente. Horas se passaram e a família foi chegando. Muito choro e assim foi transcorrendo o tempo.
O senhor Rafael trabalhava em uma farmácia e pensou em um remédio que muitas pessoas tomavam para diarreia, queria poder tentar fazer algo, foi quando resolveu falar com uma enfermeira:
- Por favor, eu quero que vocês me autorizem a dar um remédio a minha filha, um remédio que conheço na farmácia onde trabalho.
- Senhor Rafael, o que teria que ser feito, já foi feito.
- Mas eu preciso fazer isso, a senhora não entende?
- Vou conversar com o médico e vamos ver o que ele decide – e se afasta.
Os poucos minutos de espera pareceram horas de angústias.
- Senhor Rafael, conversei com o médico, ele conhece o remédio e não acredita que poderá fazer alguma coisa por sua filha. Remédios mais eficazes foram tomados por Alice através do soro e não deram resultado algum. Caso queira medicar sua filha, terá que assinar um termo de responsabilidade. Imagina o que pode acontecer com o senhor?
- Sim, eu sei e me responsabilizo.
Assim, este pai com muita fé trouxe o remédio, sabendo que se caso sua filha morresse seria sua responsabilidade, mesmo os médicos dizendo que podiam se despedir de Alice.
A noite transcorreu como se o mundo fosse acabar para os pais de Alice, acredito que deve ser isso mesmo o sentimento de pais que perdem filhos.
Alice infelizmente não mostrou reação alguma, foi então que seus pais com grande dor puseram-se a chorar e deitados um de cada lado do berço do hospital tocavam seu anjo. De repente o senhor Rafael sentiu um leve aperto no seu dedo, era a mãozinha de Alice, seus olhinhos se abriram, ali o senhor Rafael e a senhora Elisa viram o milagre acontecer.
Alice já no outro dia começou a se alimentar, ficou mais alguns dias internada para poder ter condições físicas para voltar a sua casa.
Vestiu-se de anjo durante os seis anos, se tornou uma linda menina, cheia de vida, sapeca como ela só. Cresceu e se tornou uma linda mulher: inteligente, honesta, humilde, com muitos princípios que seus pais lhe passaram.
Caro leitor, está história é baseada numa realidade e essa MENINA ANJO faz parte da minha vida: ela é minha grande e melhor amiga-irmã.
Agradeço primeiramente a Deus que a curou milagrosamente; depois agradeço a meu pai que teve fé, ouviu a voz de Deus e obedeceu; agradeço a minha mãe pelo seu imenso amor, e por fim agradeço a todos da minha família que suplicaram em oração a Deus por ALICE.


09/06/2014 - Edmary 

Um comentário:

  1. Nossa prima que história ..Muito linda
    A fé move montanhas e a esperança em Deus é maior que tudo
    Parabéns pela sua história que na verdade É uma realidade

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