Mariana,
uma moça de 18 anos, estudava em uma escola municipal no período noturno
fazendo o terceiro ano colegial, assim que era chamado na época em 1984. Sempre
que possível ia com as amigas até a cantina comprar algo para comer, suas
amigas viviam falando sobre um rapaz de nome Claudio que há pouco tempo estava
trabalhando com seus pais lá. Era um alvoroço, pois as garotas o paqueravam muito,
ele nem dava bola, mas para elas ele era a sensação da escola, por sua beleza e
idade, sendo já de uma aparência madura.
Naquela
noite Mariana foi sozinha comprar um lanche, Claudio a atendeu, olhou para ela
e logo a elogiou pelos seus olhos verdes, Mariana se disse grata, pegou seu
lanche e foi comer no pátio.
Após
aquele dia, sempre que Claudio a via, e parecia que ele fazia tudo para que
isso acontecesse, ele a olhava com ternura e sempre um elogio. Mariana logo
percebeu que não era só uma amizade e sim uma paquera e também percebeu suas
amigas se afastando dela. Um dia uma delas chegou e disse: ‘Você sabe que o
Claudio só fala de você na cantina?’ Mariana então entendeu que estavam se
afastando dela as que na época estavam a fim dele.
Aos
poucos ela também foi se interessando por Claudio até ele a pedir em namoro. Aquilo
custou a perda de algumas amigas, não bem amigas, porque se fossem iriam ficar
feliz por ela – mas jovens não pensam assim, o importante é competir e ganhar,
coisa que Mariana nunca deu importância em relação a namoradinhos.
Claudio
era muito carinhoso. Todo dia Mariana passava na cantina antes de ir para a
aula e já ganhava um recadinho, uma palavra de carinho, uma carta de amor,
estava ficando feliz com tudo aquilo, até uma tradução de uma música de George
Benson: ‘In your eyes’. Um pequeno trecho traduzido dizia: EM SEUS OLHOS EU
VEJO O REFLEXO DOS MEUS SONHOS.
O
tempo passou e também foi aparecendo os primeiro problemas. Claudio estava
trabalhando com os pais porque estava desempregado, o que era um desagrado
tremendo para eles. Mariana percebia isso sempre que passava antes de ir para a
sala, pois o jeito como falavam com ele querendo o seu bem, mas Claudio parecia
querer ficar dependendo dos pais. Muitas vezes percebeu que o que ele queria
era ficar perto dela, mas isso a desagradava também, pois ela trabalhava para
ter suas coisas e o mínimo que queria dele era o mesmo.
Mariana
saiu algumas vezes com Claudio, percebeu o quanto ele era ciumento. Em certa
ocasião, ao irem ao cinema, na hora de ir embora, no ponto de ônibus, um homem
bêbado se aproximou e começou a falar com eles, Claudio logo deu um empurrão, a
situação não precisava ser tão drástica e logo Mariana se decepcionou ainda
mais com Claudio. Aos poucos foi
acabando aquela admiração, após quatro meses de namoro, Claudio ainda
desempregado, sendo que tinha uma boa profissão, Mariana que era muito
esforçada não aguentou e terminou o namoro.
Os
dois sofreram muito, ela por ter criado uma expectativa muito grande e ele por
gostar demais dela.
O
tempo passou, ele parou de ir até a cantina, Mariana continuou a estudar, fez
outras amizades na escola e foi levando sua vida.
Um
dia Mariana estava no centro da cidade, havia ido à biblioteca e reencontrou
Claudio, este por sua vez disse que não a tinha esquecido, o que deu uma bela
balançada nela, ele deu o número do telefone da casa dele e pediu que ela
ligasse. Mariana naquele dia pensou muito, queria ligar para sair. Mas como já
tinha passado por uma experiência, pensou bem e jogou o número do telefone.
Mariana
pensou: ‘Quando não é para ser, não
adianta insistir’. Que ela ficasse para ele apenas como boas recordações,
apenas o reflexo dos seus sonhos; que ele se encontrasse na vida e fosse muito
feliz, pois isso era o que ela queria ser para a vida dele – uma simples e bela
recordação.
18/05/2014 - Edmary
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